terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Brasil poderá acabar com 'pobreza extrema' em 2016, diz Ipea

Ipea projetou continuidade de ritmo de redução de pobreza e desigualdade.
Manter crescimento econômico e baixa inflação é desafio, aponta instituto.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta em estudo divulgado nesta terça-feira (12) que o Brasil poderá acabar com a “pobreza extrema” até 2016.

Segundo o documento, o país tem a chance de "praticamente superar" o problema e de melhorar seu índice de desigualdade de renda, atingindo níveis próximos aos de países desenvolvidos.

A estimativa foi feita com base no desempenho brasileiro alcançado recentemente na redução desses indicadores. Para que a projeção se concretize, segundo o Ipea, é preciso que o ritmo de diminuição da pobreza e desigualdade dos últimos cinco anos seja mantido.

Pobreza extrema e pobreza absoluta

De acordo com o instituto, o conceito de pobreza extrema é caracterizado pela população com renda per capita de até um quarto de salário mínimo. Entre 1995 e 2008, a queda média anual na taxa nacional de pobreza extrema foi de 0,8% ao ano. Já entre 2003 e 2008, a redução por ano, em média, subiu para 2,1%.

Já a pobreza absoluta se refere a quem recebe até meio salário mínimo per capita ao mês. Esse indicador também vem caindo: 0.9% ao ano, entre 1995 e 2008, e 3,1% ao ano, entre 2003 e 2008. De acordo com o Ipea, o Brasil vem apresentando ainda redução na desigualdade de renda, com queda de 1% no período de 1995 a 2000 e de 4,5% entre 2000 e 2005.

“Se projetados os melhores desempenhos brasileiros alcançados recentemente em termos de diminuição da pobreza e da desigualdade para o ano de 2016, o resultado seria um quadro social muito positivo. O Brasil pode praticamente superar o problema de pobreza extrema, assim como alcançar uma taxa nacional de pobreza absoluta de apenas 4%, o que significa quase sua erradicação", diz trecho do estudo.

Índice de Gini

O índice de Gini varia de 0 a 1 e mede a distribuição da renda na população: quando mais próximo de 0, maior a igualdade; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade entre o que as pessoas ganham.

Segundo o Ipea, em geral, o índice de Gini encontra-se abaixo de 0,4 em países desenvolvidos e cita como exemplo Itália (0,33), Espanha (0,32), França (0,28), Holanda (0,27), Alemanha (0,26) e Dinamarca (0,24), com dados de 2005. Até 2016, o índice de Gini do Brasil poderá atingir 0,488, de acordo com o Ipea.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em setembro de 2009, o índice de Gini dos domicílios brasileiros passou de 0,521, em 2007, para 0,515, em 2008. Em 1998, quando começou a série histórica, o número era de 0,567.

Expansão econômica e crédito

O estudo destaca como fatores que levaram o Brasil a avanços a estabilidade monetária, a expansão econômica, o reforço das políticas públicas, a ampliação do crédito popular e a reformulação e ampliação dos programas de transferências de renda.

Além deles, também são citados a consolidação de estruturas de intervenção do Estado em áreas como saúde, educação e assistência, o aumento do gasto social, o crescimento do papel dos municípios na implementação de programas e a participação social na gestão das políticas sociais por meio de conselhos e conferências populares.

Por fim, o Ipea cita “condicionantes” para que a trajetória de resultados positivos seja mantida: a sustentabilidade de uma taxa elevada de crescimento econômico e baixa inflação, a orientação para a produção de bens e serviços de maior valor agregado e de elevado conteúdo tecnológico, o alívio da carga tributária indireta sobre os segmentos de menor renda e a maior eficiência no gasto público com coordenação no uso dos recursos pelas três esferas da administração pública.

Planos de saúde terão de cobrir transplante de medula

Novas regras entram em vigor no dia 7 de junho deste ano.
Planos terão também de cobrir novos tipos de exames.

Os planos de saúde passarão a ter de cobrir transplante de medula óssea para todos os seus beneficiários. Esta é uma das mudanças trazidas por uma resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicada nesta terça-feira (12) no Diário Oficial.

As alterações nas regras dos planos de saúde entram em vigor no dia 7 de junho deste ano. As mudanças atendem cerca de 44 milhões de pessoas que tem planos de saúde contratados a partir de 2 de janeiro de 1999. Ao todo, são 70 novas coberturas médicas e odontológicas.

O transplante de medula que passará a ser coberto pelos pacotes de referência dos planos é aquele feito por doação de outra pessoa viva. A principal indicação deste transplante é para o tratamento de leucemia.

Segundo a ANS, constam das novas regras alguns tipos de exames na área de genética, também indicados para a detecção de leucemia. Terão de ser cobertos pelos planos 17 novos tipos de exames, como um novo procedimento para a descoberta de diabetes.

Os planos terão também de cobrir cirurgias de tórax por vídeo. De acordo com a Agência, são 26 tipos de cirurgia por vídeo, consideradas menos invasivas, que terão de ser cobertas.

Novas tecnologias também estarão nos pacotes básicos dos planos de saúde. Segundo a ANS, está nesta lista o PET-Scan, exame indicado para a detecção de câncer pulmonar e linfomas. O implante de marcapasso multissítio também será coberto.

Mais consultas

As novas obrigações dos planos de saúde incluem também mais consultas nas áreas de fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.

De acordo com as informações da ANS, o número de consultas a psicólogos no plano básico sobe de 12 para 40 por ano. Na área de fonoaudiologia, o total de consultas sobe de 6 para 24, enquanto nas áreas de nutrição e terapia ocupacional vai de 6 para 12.

Não haverá mais limite para a internação em hospital para o atendimento à saúde mental, até agora limitado em 180 dias. Segundo a ANS, a intenção é reforçar a política de evitar as internações em clínicas psiquiátricas.

A área de odontologia também sofreu alteração. Os planos odontológicos básicos terão 16 novos procedimentos. Entre eles estão a colocação de coroa e bloco.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1443486-5603,00-PLANOS+DE+SAUDE+TERAO+DE+COBRIR+TRANSPLANTE+DE+MEDULA.html

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mensagem aos Jovens Economistas Brasileiros

Link original:http://www.oeconomista.com.br/mensagem-aos-jovens-economistas-brasileiros/

Texto:

Por Marcus Eduardo de Oliveira

“Perceber que o mais importante é o social foi a
descoberta mais relevante de minha vida”
Celso Furtado, em O Longo Amanhecer

Em “Princípios de Economia”, Alfred Marshall (1842-1924) afirma que a Economia “é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos diários da vida”.

Gregory Mankiw diz que “Economia é um grupo de pessoas que interagem entre si”.
Das muitas definições/objetivos que o termo Economia carrega talvez a de Colin Clark (1905-1989) seja a que melhor se enquadra naquilo que entendemos ser o objetivo precípuo das ciências econômicas: “O objetivo da economia não é a produção de riqueza, mas proporcionar bem estar aos indivíduos”, nos diz C. Clark.

O certo é que desde a obra seminal de Adam Smith, (A Riqueza das Nações) as ciências econômicas vêm ganhando destaque e relevo na administração pública, guardando assim estreita sintonia com a origem do termo que remonta ao pensador grego Xenofonte (430-355 a.C) que definiu Economia pela primeira vez como “administração da casa”; nos dias de hoje, também pode ser entendido como “administração da coisa pública”.

Feitas essas primeiras incursões o fito deste artigo se põe agora a discutir junto aos jovens economistas brasileiros qual o atual e o mais preponderante papel que a economia (enquanto ciência) vem desempenhando na sociedade moderna e, em especial, em sociedades que amargam profundas e históricas desigualdades sociais, como é o típico caso brasileiro.

Quantos de nossos jovens, recém saídos das universidades, diplomados em Ciências Econômicas, se põem a perguntar: quais os desafios da profissão de economista? E agora, como economista formado, o que quero e devo fazer? Como devo agir? Quais são as inquietações reflexivas a que um economista estará exposto? Quais interrogações os cercarão?

Os desafios da profissão em uma sociedade desigual

Uma primeira constatação que o jovem economista brasileiro se depara ao chegar ao mercado de trabalho, é que é impossível fechar os olhos para as gritantes conseqüências sociais que o atual modelo econômico desagregador impõe a grande parte da população que ora encontra-se sem emprego, sobrevivendo no limite, habitando os já conhecidos “bolsões de pobreza”.

Nesse pormenor, a exclusão social será, certamente, uma situação em que o jovem economista porá um olhar crítico para um completo entendimento da situação social que o aguarda. Talvez esteja ai o primeiro e mais importante desafio para os jovens economistas brasileiros desse século XXI: entenderem as razões que levam um país como o Brasil, com grande potencial de recursos, a amargar um quadro vexatório em quesitos sociais.

Cabe a esses jovens economistas tentar explicar como é possível, numa sociedade moderna, a ocorrência de fortíssima segregação social que põe de um lado os incluídos e, do outro, os excluídos; os ricos-milionários separados dos pobres-miseráveis; os sem terra segregados dos latifundiários. Em suma, um país formado por uma sociedade elitista e uma massificação de excluídos.

Aos jovens economistas conhecedores de história econômica caberá responder por que ao Brasil, historicamente, coube um papel específico na economia mundial de grande fornecedor de commodities e, dessa maneira, enquanto os mercados externos eram (e são) abastecidos pelo trabalho dos brasileiros, a economia interna regressa no tempo, desamparando os que aqui labutam.

O desafio maior que espera esses jovens economistas no mercado de trabalho talvez seja estudar, pormenorizadamente, essa exclusão social a que fizemos alusão a fim de “entender” um país que é capaz de produzir e exportar aviões, mas incapaz de alimentar decentemente quase 40 milhões de pessoas. Um país que, por anos a fio, tem sido o maior produtor e exportador de suco de laranja, mas que abriga dezenas de milhares de crianças que nunca tomaram um copo desse suco. Um país que fabrica e exporta calçado de qualidade, mas muitos dentre sua população ainda andam descalços dormindo ao relento dos grandes centros urbanos.

Está reservado aos jovens economistas brasileiros, como um dos mais intensos desafios da profissão, responder os motivos de sermos uma das sociedades mais desiguais do mundo, com forte concentração de renda, em que os meios de produção estão nas mãos de apenas 6% da população. Um país em que de cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda (empresa, imóvel ou mesmo o conhecimento).

Esses jovens economistas brasileiros da atualidade, mais do que qualquer outro profissional das ciências humanas, têm a árdua tarefa de explicar por que temos uma carga tributária que onera tanto os pobres (os 10% mais pobres pagam 44,5% mais impostos do que os 10% mais ricos); por que nossa reforma agrária nunca saiu do papel, sendo nosso país o quinto maior em extensão territorial do planeta; um país que exporta vitaminas, mas, no entanto, 40 milhões dos que aqui habitam passam fome.

Especificamente sobre a questão agrária, que no bojo está implícita o paradoxo de muita terra disponível e muita gente passando fome, segundo os Cálculos do Plano Nacional de Reforma Agrária – Cadastro do INCRA – existem, aproximadamente, 55 mil imóveis rurais classificados como grandes proprietários improdutivos, que controlam 116 milhões de hectares. Eles são apenas 1% de todos os proprietários rurais do Brasil. Também sobre isso deverá o economista moderno lançar análise reflexiva.

O desafio da retomada do crescimento econômico

Esses jovens economistas que ora estão entrando no mercado de trabalho vão se deparar com uma armadilha específica que põe severas amarras à economia brasileira. Atualmente, embora o governo afirme o contrário, a economia brasileira não cresce porque está presa a uma armadilha de altas taxas de juros e baixas taxas de câmbio que mantém as taxas de poupança e de investimentos deprimidas. De tal maneira não há espaço para a criação da demanda necessária (desestímulo ao mercado interno) para que a taxa de acumulação de capital alcance o nível necessário à retomada do crescimento econômico.

Crescimento econômico, por sinal, será algo que deverá perseguir o economista todo o tempo; principalmente aqueles que buscarem na administração pública uma colocação no mercado de trabalho. Mais do que encontrar modelos que respondam por uma adequada taxa de crescimento da economia, deverá o economista, a serviço do setor público, ter clara noção de que o crescimento econômico para ser solidificado e produzir frutos deverá esse ser transformado em desenvolvimento.

Para tanto, o economista moderno obrigatoriamente necessitará ter uma visão ampla do processo social, visto que desenvolvimento econômico, no dicionário da profissão, significa qualidade de vida, significa ainda bem-estar a todos.

Combinando compreensão teórica com explicação técnico-didática, esse profissional somente estará apto a exercer sua profissão, à medida que conseguir explicar os fatos econômicos dos tempos atuais com o rigor de excelência que se espera daquelas que tratam a profissão com esmero. E somente conseguirá fazer isso, mediante uma visão panorâmica do ambiente econômico, estando, nesse pormenor, aberto ao processo de criação, uma vez que a sociedade é algo que os homens não param de refazer.

Diante, portanto, de uma sociedade e de sistemas econômicos (incluindo a atividade econômica) que estão longe de serem estáticos, pois suas naturezas são dinâmicas, o economista moderno deve antes ser um analista social capaz de aferir com extrema sensibilidade as manifestações daqueles que almejam construir uma sociedade plural.

Cabe insistir, nesse pormenor, que em sociedades com agudos desequilíbrios sociais, o primeiro compromisso da macroeconomia sempre deverá ser o de erradicar a pobreza, visto que a pluralidade em uma sociedade somente ganhará espaço quando o coletivo sair fortalecido, embora os manuais de introdução à economia insistam em pregar o individualismo.

Depois de erradicada a miséria e banido os “bolsões de pobreza” que ainda marcam a ferro e fogo a história econômica recente desse país, com a economia doméstica, aos poucos, se ajustando aos padrões de bem-estar coletivo, pensar-se-á na criação de riquezas, como muitos entendem ser esse o real e primeiro objetivo da economia.

Antes disso, uma longa e árdua tarefa espera pelos jovens economistas: a de fazer da economia, por meio da cooperação, uma ferramenta capaz de incluir. Para tanto, cabe ao observador da economia entender que essa ciência não se restringe apenas à frieza dos números, das taxas, dos índices, da econometria, da matematização constante, mas, antes, trata-se de uma economia que tem no ser humano seu ponto focal; afinal, como disse Marshall, a economia “é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos diários da vida”.

Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor universitário.
Mestre pela USP em Integração da América Latina e Especialista em Política Internacional
Autor do livro “Conversando sobre Economia” (ed. Alínea)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um pedido de 2010 para todos nós!

Uma adaptação do texto da propaganda de final de ano do Banco do Brasil.


"Dessa vez, sou eu, o Ano novo, que vai fazer um pedido:
Aproveite o meu verão,
Curta os meus finais de semana,
Seja mais simpático com as minhas segundas-feiras.
Você tem 365 dias, escolha um deles para celebrar o amor.
Para você que luta e com isso descobre sua própria força, siga em frente e tire seus planos do papel.
Realize suas melhores ideias e faça ser um ano inesquecível, porque o momento chegou."


Que esse 2010 seja muito positivo para todos, continuem contando com o CAECO!